Sou um tarado pela Black Music
Tudo começou com o Blues
Então, vou começar pela minha tara pela Black Music. Isso mesmo Black Music, ou você não sabe que a melhor coisa que inventaram, depois do sexo, foi à música negra. Deixa-me falar um pouco sobre isso.
Tudo começou com o Blues, há um bom tempo atrás, na época da escravidão negra, nos Estados Unidos, país esse que já libertou seus escravos, mas ainda mantém alguns focos de racismo, classismo, meio maquiados, mas tem. Qualquer semelhança com nosso Brasil é mera coincidência.
Nas longas plantações de algodão ao sul do Mississipi, escravos negros, não tinham o direito nem de conversar com o seus, quanto mais com seus donos (patrões) enquanto trabalhavam. Então, a maneira mais sorrateira de se comunicar entre eles foi à criação de uma espécie de dialeto próprio. Uma forma de falar reivindicar e se “lamentar” cantando. Daí nasceu o Blues. Juntamente com o Gospel, música de louvor cantada por fiéis da igreja negra americana, um dos estilos de música mais rico e forte que se canta e se encontra, muitas vezes, imperceptível até em repentistas do norte e nordeste de nosso país.
Em meados de 1900, os negros americanos, por serem discriminados por sua raça e posição social, se reuniam em guetos para conseguir um pouco de paz, menos sofrimento e mais divertimento. Nesses guetos, popularmente chamado por “jucks”, inventaram com um gargalo quebrado de garrafão de uísque de fundo de quintal o famoso “slide”, que mais tarde virou um tubinho de vidro ou metal que desliza sobre o braço do violão ou guitarra, causando um som de guitarra havaiana, usados muito por deuses negros e brancos de alma black, até nos dias de hoje.
Os negros que revolucionaram a música ianque: Robert Johnson, na década de trinta, Muddy Waters, passando por Jimmy Hendrix e outras verdadeiras lendas do Blues. Os branquelos: John Hamonnd, em minha opinião, um dos mais autênticos e talentosos brancos que já ouvi tocar, Alvin Lee, Rory Galleiger, George Thourogood, Jimmy Page e Eric Clapton. O garrafão também era usado pra fazer um som. Sopravam em sua superfície tirando um som semelhante ao de uma tuba, que servia de acompanhamento musical nesses encontros.
O Blues é um dos estilos musicais mais antigos da música americana. Nada igual foi criado ou superado até o momento.
A harmônica de boca, ou a gaita de boca, a famosa vinte vozes, serviu e serve de inspiração até hoje pra quem curte fazer o bom e velho Blues. Esse instrumento de sopro foi inserido no blues a partir de sua semelhança com o som do andar do trem. Uma maneira de reproduzir a melancolia de uma partida da pessoa amada, dentro de um vagão ou até mesmo junto aos animais viajando na clandestinidade.
Temos o piano como grande expoente do Blues. Instrumento que foi mais utilizado e apreciado na fase do blues elétrico de Chicago. Onde negros puderam mostrar seu sofrido talento em casas noturnas, onde brancos freqüentavam, dançavam e começavam a apreciar a música de negros escravos.
Leia a parte [ 3 ]
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