19 de mai. de 2011

Música na minha vida

Há muito tempo venho tentando me achar no meu mundo. Um mundo feito de pensamentos, emoções e música. Talvez seja essa a única e a melhor forma de expressar o meu encanto pela vida, pela música. Desde pequeno venho sonhando com instrumentos musicais, melodias vindas não sei de onde. Minha vida louca sempre teve uma trilha sonora e essa trilha é o Rock’n Roll.

Criei-me ouvindo Beatles e Rolling Stones. Não podia ser outro o meu estilo preferido de compor, tocar e gravar. Mas não é só Rock que respiro. Surfo pelas ondas do Blues, MPB, Reggae, Samba, enfim a preciosa e valorosa Black Music.

Hoje componho jingles e minha própria música em parceria ou não.
Toco alguns instrumentos como bateria, teclado e harmônica de boca. Tenho passagens históricas por bandas gaúchas tais como: Mikki Maus e Curare (as duas de punk rock), Lorenzo e La Nota Falsa, Lotação Esgotada, La Fauna e Dados de Cristal (nessas duas últimas ainda toco), juntamente com a Massa Cinzenta em que canto também.

Sou publicitário e músico profissional. Tenho 45 anos, desses 20, trabalho e me deleito com música.

Espaço democrático

Um dos propósitos desse blog é usar essa mídia tão abrangente para expor nosso pensamento em relação à música e seus derivados. Sim, seus derivados como teatro, dança arte, esporte, entretenimento e principalmente, o “pensamento”.

Vou apoiar divulgar e debater toda a forma de arte. Se você tem uma banda e quer divulgar seu trabalho, se tem uma peça em cartaz, manda pra cá, que nós divulgamos. Trabalhos, exposições de fotografia e as próprias fotografias, manda pra cá.
(atualização de 13.05.2001, com uma baita colaboração do parceiro Gilson Ronaldo da Rosa)


Leia a parte [ 2 ]

Caros Irmãos Gaúchos:

(Sugestão do amigo Rogério Oliveira)

Esse gaúcho erudito merece ser lido, aplaudido e divulgado:

Há muito venho pensando no que se faz da nossa cultura...Temos tradição, temos história, temos costumes próprios e os valorizamos. Entretanto, parece que a todo momento tentam nos aculturar...Qual o espaço que o nosso modo de ser ocupa na mídia hoje em dia?

"Será que é certo aturarmos a Regina Casé (e seus sambabacas) no domingo de meio-dia, enquanto o nosso Galpão Crioulo foi literalmente “chutado” para um horário que ninguém praticamente assiste, já que domingo é dia de descanso e a maioria aproveita pra dormir um pouco mais. Tá bem que o Neto Fagundes não tem o mínimo carisma e aínda mais com aquele rabinho de cavalo ridículo.

Todos sabem que existem pessoas aquí no estado com capacidade suficiente para fazer um programa de qualidade. Abram espaço para eles! Por favor, salvem nossa verdadeira cultura!
Não precisa ser um gênio pra perceber que recentemente no programa da Regina Casé levaram um grupinho sofrível de dança gaúcha pra dançar pro Brasil inteiro o quê? O pezinho, uma dança folclórica com significado pra nós, mas que pro resto do Brasil não tem sentido algum a não ser “queimar o filme dos gaúchos”. Se querem mostrar nossa dança porquê não convidam os vencedores do último ENARTE? Ou será que o objetivo era ridicularizar o gaúcho, “será”?

Não sou contra o samba, mas sou contra nos fazerem de palhaços. Pra completar a referida apresentadora entabulou um assunto com nossos representantes que em nada acrescenta às famílias brasileiras, principalmente no horário de almoço de domingo, quando nossas crianças estão assistindo TV – Tem sex-shop no sul? Você já foi em Sex shop? Tinha calcinha de chocolate? – e o que nos resta é aturar algumas das prendas e peões respondendo, timidamente a esse rol de asneiras.

Cadê nossos festivais? Quando aparecem são no RBS local, não em nível estadual. Como é que nossos jovens conhecerão nossa música, nossa cultura, se nossa principal emissora de TV não dá espaço pros nossos novos músicos e vencedores de festivais atuais?

Excetuando-se as honrosas exceções de Luiz Marenco e César Oliveira e Rogério Melo, que de tão bons conseguem vencer remando contra a maré) , vivemos do passado... de Tropa de Osso, Esquilador, Veterano e etc., os novos nomes da música gaúcha ninguém conhece. E porquê? Por que pra isso não tem espaço... Será que tudo isso não se trata de uma estratégia para “aculturar nosso povo”... “será”? Quando as gerações mais antigas se forem e nossas músicas ficarem esquecidas eles terão conseguido finalmente sepultar nossa cultura.

Porquê será que pra promover o Planeta Atlântida com seus freqüentadores maconheiros, bêbados e viciados de todo tipo tem espaço? Seria essa uma tentativa de emburrecer e viciar nossos jovens.... ”será”? Pra isso a RBS tem espaço. Pra gaúchos "heróicos" que participaram do Big Brother (o supra-sumo do lixo cultural), tem espaço. Ah... ASSIM NÃO DÁ!!!
Cadê o Luiz Carlos Borges? Cadê o João de Almeida Neto? Cadê o Renato Borghetti , o Elton Saldanha, o Marcelo Caminha, o Miguel Marques? Ninguém sabe. Mas a Alcione, a Claúdia Leite, o “Belo”, o Bruno e Marrone, o “sertanejo universitário” ... esses tão todo o dia enchendo o nosso saco.

Esse é o lixo cultural que nós temos recebido como ração, mas que por sermos o estado mais politizado e educado da união, nos recusamos a engolir.

Mesmo o pessoal dos CTGs, nosso último reduto cultural, hoje em dia só ouve atualmente música gaúcha de baile e que... convenhamos, é péssima (com honrosas exceções, como os Serranos e outros). Me enoja aquelas materiazinhas da RBS na Semana Farroupilha (daí eles lembram e fazem um circo!!!), mandam aqueles apresentadoras bunda mole para fazerem reportagens no Acampamento Farroupilha como se aquilo fosse algo do exterior... parece um programa do National Geographic com os aborígenes de tão estranho. Não conhecem nada, não entendem porra nenhuma e não ficam nem envergonhados de se dizerem gaúchos.

Me perdoem, queridos conterrâneos, esse desabafo.

Que essa mensagem ecoe nos confins do Rio Grande, e desperte o povo gaúcho da letargia antes que seja tarde. Nossos antepassados delimitaram nossas fronterias à ponta de lança e à pata de cavalo... hoje pisam no nosso pala e... tudo bem? Me recuso a acreditar nisso.

Um Gaúcho cuja paciência acabou faz tempo."

Prof. Dr. Gilson de Mendonça
UFPEL/IB/Dep. de Fisiologia e Farmacologia

Apego ou Apelo - parte 2

Hoje em dia, o mundo e as pessoas giram em torno do “ter” e não do “ser”.
Bulling, por exemplo: nem na escola, um lugar onde deveríamos aprender e nos educar, estamos livres de nosso próprio apego e ignorância. Ora, onde já se viu crianças e adolescentes serem julgados e condenados pelos seus próprios colegas por serem gordinhos ou negros, ter um cabelo inadequado para os padrões estipulados pela mídia ou por ter um tênis que não está na moda?
Os padrões, os padrões e os padrões. Quem estipulou os padrões? Pra que servem? No mundo inteiro não deveriam existir padrões pra quase nada.
O que me traz a escrever e difundir este assunto é, mais uma vez, o apego que o ser humano vem criando pra si e em sua volta. As pessoas estão preocupadas em “ter” e não “ser”.
Crianças e adolescentes mandando e desmandando em seus pais, avós e parentes. Ditando normas e regras de comportamento, quando quem tinha ou poderia fazer isso seriam seus pais e os mais velhos. A falta de educação, desde bebê, faz com que os pais sejam criados por seus filhos, adequando-se à nova geração do “ter”.
Onde está a poesia da vida? Onde está o amor nesta vida? Onde está o respeito pelas pessoas e a vida?
A arte, por mais precária que seja, passa batida na geração "ter". A moda não. A educação, o respeito e a gentileza passam. A tecnologia não. O materialismo rima com capitalismo e capitalismo com consumismo.
Nesta vida estamos só de passagem. Nosso corpo, que tanto admiramos, é só uma roupa, um uniforme que nos foi fornecido para realizarmos atos “sadios” de “evolução”.

Não importa o cabelo, cor, raça ou vestimenta da moda. Temos que valorizar a vida e as pessoas como elas são.
Amanhã, quando acordar, primeiro agradeça por estar vivo e com saúde. Depois, olhe em sua volta e repare, em seus filhos, a pureza que ainda lhes resta. Se você não tiver filhos, abrace seus pais e agradeça por tê-los com você a seu lado. Se não tiver filhos, nem pais, como é meu caso, agradeça por estar com saúde, inteligência e o principal, por estar vivo!
Encerro esse meu pensamento com uma frase, se não me engano, da extinta Banda Fellini: “Não é um milagre estarmos vivos? Não é um milagre”? 
Logo, a parte [ 3 ]...

Escolhas - Charlie Chaplin

Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia-noite.
É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.
Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição.
Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício.
Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.
Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido.
Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho.
Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus por ter um teto que abrigue minha família e meus pertences.
Poso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades.
Posso lamentar se as coisas não saíram como planejei ou ficar feliz por ter hoje para recomeçar.
O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser.
E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma.
Tudo depende só de mim.
Sorria.
Mas não se esconda atrás deste sorriso. Mostre aquilo que você é. Sem medo.
Existem pessoas que sonham. Viva. Tente. 
Ame acima de tudo. 
Ame a tudo e a todos. 
Deles depende a felicidade completa.
Procure o que há de bom em tudo e em todos. Não faça dos defeitos uma distância e, sim uma aproximação.
Aceite. A vida, as pessoas. Faça delas a sua razão de viver.
Entenda os que pensam diferente de você: não os reprove.
Olhe à sua volta, quantos amigos...
Você já tornou alguém feliz?
Ou fez alguém sofrer com seu egoísmo?
Não corra... Para que tanta pressa!
Corra apenas para dentro de você. 
Sonhe, mas não transforme esse sonho em ruga.
Acredite! Espere!
Sempre deve haver uma esperança. Sempre brilhará uma estrela. Chore! Lute!
Faça aquilo que você gosta. Sinta o que há dentro de você.
Ouça... Escute o que as pessoas têm a lhe dizer. É importante.
Faça dos obstáculos degraus para aquilo que você acha supremo. Mas não esqueça daqueles que não conseguiram subir a escada da vida.
Descubra aquilo de bom dentro de você. Procure acima de tudo ser gente.
Eu também vou tentar.
Sou feliz... Porque você existe!

18 de mai. de 2011

Apego ou Apelo

(uma crônica autobiográfica)

Quando pequeno, ainda lembro, quando brincava com "meus" súper heróis da Marvel - que não eram meus e sim de um amigaço de infância, meu vizinho mais próximo. Ele tinha os bonecos de plástico, quase todos da série, mas com um detalhe: estavam quase todos estragados. Um faltando uma perna, outro sem um braço e, um deles, o que é pior: não tinha a sua arma, o seu súper poder. Brincávamos sem parar. Às vezes na casa dele, às vezes na minha.Eu carregava certa frustração por não possuir nenhum desses brinquedos, mas me satisfazia plenamente com aqueles bonecos mutilados.
A minha ficha caiu há pouco tempo: depois de 40 anos eu me dei conta dos valores que foram dados para cada situação ou sentimento da minha vida.
Numa certa rara manhã, meu pai passou pelo pátio de casa e me viu brincando com aqueles bonequinhos quebrados com os quais, feliz da vida, eu me distraia. Perguntou se aqueles bonecos eram meus e se eu não ficava aborrecido de brincar com eles naquele estado.
Primeiro fiquei espantado de ver meu pai se interessando por mim e meus brinquedos e, segundo: aonde ele queria chegar com essas perguntas?
Bem eu respondi que nenhum daqueles bonecos era meu e que não me importava de eles estarem quebrados. Meu pai imediatamente perguntou se não era melhor trocar todos aqueles bonecos com defeito por “um” novo em folha. Eu lhe disse que poderia aceitar um novo, mas também gostaria de continuar brincando com os velhos e emprestados bonecos.
Ele disse: "Vamos agora mesmo comprar um novo súper herói! E eu gritei: "Só se for agora!"
Fomos nas Americanas, que naquele tempo não tinha nem escada rolante. Chegamos à seção de brinquedos e logo localizei os súper bonecos. Meu pai perguntou qual deles era o mais legal pra mim. Eu fiquei em dúvida, pois havia todos os súper heróis da série nas prateleiras; ele apontava, sugerindo: "Esse aqui, tá bom?", "Que tal esse outro..?", " E este daqui então?"... Eu dizia: "Calma pai, não era só um, conforme me disseste lá em casa?" Ele: "Um só é pouco. Vamos levar todos da série. Todos novos e sem nenhum defeito... fiquei chocado de te ver brincando com aqueles bonecos mutilados e resolvi renovar seus brinquedos".
Naquela época, minha cabecinha de cinco anos deu um nó, e hoje, na minha de 46, esse nó começou a se desfazer. Percebi que minha escala de valores e apegos teria que ser renovada, ou melhor, reciclada.
Ao mesmo tempo em que ficava feliz por possuir, não simplesmente um boneco só meu mas, todos da série - e novinhos! -, eu ficava um pouco triste por ter de descartar e devolver todos aqueles bonecos estragados.
Eu tinha simplesmente ignorado a famosa tabela de valores e apegos pessoais. Simplesmente usei e usufruí a lei natural da natureza. Isso mesmo, a lei “natural” da “natureza”, que temos de sobra dentro de nós. Pena que não ousamos ou usamos muito pouco dela.
Meu pai, com um gesto de pura emoção, comovido, talvez tenha se visto na minha situação e remeteu a sua infância.
Valeu, pai! Um simples gesto de atenção, como comprar brinquedos para um de seus quatro filhos, trouxe hoje, para mim, uma enorme contribuição para a evolução de minha escala de apegos e de minha alma.
Leia a parte [ 2 ]

CLIP ROOM: La FAUNA - Memórias

Ae, galera,..tá aí o momento do ensaio clipado. Esse clip foi produzido com 4 câmeras e com o som direto do estúdio CIDADE BAIXA (o do Leandro Lang) sem "plugar" nada e sem mesa nenhuma, ou seja: tudo ao vivo e a cores.... tirem a bunda da poltrona e divirtam-se ao som da La FAUNA.
Título: Memórias (Márcio F. Feil) 
Formação da banda:
  • Jefferson Albuquerque, voz
  • Geremias Landin, guitarra
  • Gerson Frey, contra-baixo
  • Márcio "Bex" Feil, bateria e voz

 (Produção, filmagem e edição: Márcio "Bex" Feil)
Diz ai, quê que achou? Mandem seus comentários.
Para contratar a banda, por enquanto manda um e-mail pra marcioffeil@gmail.com.
Em breve, vai ter um fone aqui para agilizar, coisa e tal,...

14 de mai. de 2011

Desculpem a demora...

Ae, pessoal..

Espero que curtam o papo com o Leandro... demoramos por que foi custoso baixar o vídeo (860 megas...) e depois, configurar a postagem, etc,.. mas enfim, prometido, um pouco atrasado, mas cumprido...

Por hoje vai ser isso por que tô cansado mesmo, mas amanhã ou segunda, vamos colocar as fotos do Estúdio do Leandro pra que todos conheçam a estrutura bacana que é.

Também, vai rolar os primeiros videos do La FAUNA (veja no You Tube), na aba CLIP ROOM, gravado no Estúdio CIDADE BAIXA.

Pra você que tem uma banda ou algum trabalho musical, já sabe, manda pra cá, ó: bexnalinha@gmail.com

Abraços!

13 de mai. de 2011

E agora o Rock Gaúcho

Também nasceu nos meados dos 60 no Bairro IAPI, com a Banda Liverpool que em seguida traria a tona nosso poeta maldito Fugueti Luz, a linha de frente da Banda Bicho da Seda. No bairro IAPI de Porto Alegre também surgira a Elis Regina, polêmica e ao mesmo tempo extrema e talentosa.
O que rolou de melhor dos 80 aos 90 é De Falla, Garotos da Rua, Leviatã,Taranatiriça, Bandalieira, Frutos da Crise, Barata Oriental, Prize (essa com as participações de Duca Leindecker e Solon Fishbone e suas respectivas guitarras a serviço da mesma banda.
Hoje o que configura como rock gaúcho é Ultramen, Cachorro Grande, em minha opinião o nome da banda é o que ela é, Pública, Identidade, Bidê ou Balde e outras que agora não me recordo.
Led Zeppelin a todo vapor no DVD player. Escuto só a música no DVD, sem imagem, isso me traz mais concentração e essência em minhas composições.

Pausa para ouvir Neil Young

Ouço agora um CD do Neil Young, doado pelo meu amigo e músico Geremias. O disco se chama Neil Young & Convidados. Neil Young é um cara muito louco que começou a fazer música nos anos 60 e que aparentemente que não dá certo, mas dá. Ele é canadense e traz consigo toda essa bagagem e raízes canadenses. Quem ainda não conhece o Neil, por favor, compre um disco ou baixe já suas músicas.

Enquanto isso, no Brasil...

Agora vamos falar um pouco do Rock aqui do Brasil e no RS. Mas antes vamos dar uma passada e beber na fonte: reza a lenda que o Rock nasceu nos EUA na metade dos 50. Bill Halley e seus Cometas botaram fogo no planeta com a famosa Rock Around The Clock e, logo em seguida, Chuck Berry com a imortal Johnny Be Good, depois Beatles e Stones.

Essas bandas mortais trouxeram para o cenário branco mundial as feras jurássicas que estavam fadadas a morrer no anonimato. Trouxeram inclusive para a Europa onde difundiram o Blues e seu filhote o Rock’n Roll.

Voltando ao Brasil, no começo dos anos 60, temos como desbravadores Raul Seixas, Mutantes, O Terço, Made in Brasil, essa última com raízes bem próximas do Rock inglês. Quem nunca ouviu alguma dessas, por favor, dá um jeito de ouvir. Raul dispensa apresentações. Mutantes, a banda da Mamãe Rita Lee e os irmãos Arnaldo e Sérgio Batista (rock viajante/experimental).

O Terço, banda em que participaram alguns componentes que hoje é ou foi o14 Bis. Essa banda fazia um som muito próximo ao do Pink Floyd, quem tiver acesso a algum material desses caras favor entrar em contato e me conseguir. É algo muito bom pra estudar e escutar.
Leia a parte [ 6 ] 

A guitarra sempre foi o maior ícone para referenciar o Rock

Bem, ainda temos que falar na Black Music. Chegaremos lá, mas antes temos que dar uma passadinha no bom e velho Rock’n Roll. Uma passadinha a ferro e fogo. Escute um solo meloso e ao mesmo tempo rasgado de Jimmy Page e verás do que ele e você são capazes de fazer e o que estou falando. Em minha opinião, a guitarra sempre foi o maior ícone para referenciar o Rock. Apesar de meu instrumento ser a bateria, a guitarra ou o violão sempre vai tocar mais alto meu tímpano, minha pleura, meu coração. Vamos falar e debater o Rock’n Roll.

Já dizia Raul Seixas que o Rock nasceu e morreu nos anos 50. Eu discordo um pouco. Mesmo que o Raul tenha razão, o maior legado que o Rock já deixou pra humanidade é que ele é eterno. Ou seja, mesmo ele morrendo na década de 50, deixou muita semente espalhada por diferentes cantos do mundo. Existe uma infinidade de filhos, e netos e bisnetos do Rock. Vem, viaja na árvore genealógica junto comigo. Chuck Berry (pai), Led Zeppelin (filho), Soundgarden, Oasis, e o Guns (netos). Esses filhos espalhados por portos onde o velho marinheiro aportou, nem que seja por algumas horas.


Quantos estilos de Rock existem até agora no mundo?

Isso mesmo no mundo inteiro. Quando dizem que o Rock é do demônio ele toca nas igrejas. Quando dizem que ele só faz barulho e gera desordem ele mostra ao mundo em guerra que é capaz de pedir e celebrar a paz em 1969, com três dias de paz, amor e Musical. Sem falar em outros festivais espalhados pelo mundo, Bangladesh, Mountreux, EUA, Reino Unido, Ações solidárias como as de Bono Vox do U2, Cold Play, Eric Clapton, Beatles, Live Aid (num desses com a última apresentação ao vivo do Pink Floyd com sua formação original) e uma performance do The Who de dar inveja a muito playboizinho de guitarra em punho. Isso que eu to falando só em Rock raiz. Fora o rock derivado como Scorpions, Iron Maiden, Sepultura, Metallica, Rush e muitos dessa linhagem. Ah! Eu não me esqueci dos Emos, Darks e Punks, que, quer queiram ou não, são derivados do bom, velho e barulhento Rock’n Roll.
Leia a parte [ 5 ] 

Sou um tarado pela Black Music


Tudo começou com o Blues

Então, vou começar pela minha tara pela Black Music. Isso mesmo Black Music, ou você não sabe que a melhor coisa que inventaram, depois do sexo, foi à música negra. Deixa-me falar um pouco sobre isso.

Tudo começou com o Blues, há um bom tempo atrás, na época da escravidão negra, nos Estados Unidos, país esse que já libertou seus escravos, mas ainda mantém alguns focos de racismo, classismo, meio maquiados, mas tem. Qualquer semelhança com nosso Brasil é mera coincidência.

Nas longas plantações de algodão ao sul do Mississipi, escravos negros, não tinham o direito nem de conversar com o seus, quanto mais com seus donos (patrões) enquanto trabalhavam. Então, a maneira mais sorrateira de se comunicar entre eles foi à criação de uma espécie de dialeto próprio. Uma forma de falar reivindicar e se “lamentar” cantando. Daí nasceu o Blues. Juntamente com o Gospel, música de louvor cantada por fiéis da igreja negra americana, um dos estilos de música mais rico e forte que se canta e se encontra, muitas vezes, imperceptível até em repentistas do norte e nordeste de nosso país.

Em meados de 1900, os negros americanos, por serem discriminados por sua raça e posição social, se reuniam em guetos para conseguir um pouco de paz, menos sofrimento e mais divertimento. Nesses guetos, popularmente chamado por “jucks”, inventaram com um gargalo quebrado de garrafão de uísque de fundo de quintal o famoso “slide”, que mais tarde virou um tubinho de vidro ou metal que desliza sobre o braço do violão ou guitarra, causando um som de guitarra havaiana, usados muito por deuses negros e brancos de alma black, até nos dias de hoje.

Os negros que revolucionaram a música ianque: Robert Johnson, na década de trinta, Muddy Waters, passando por Jimmy Hendrix e outras verdadeiras lendas do Blues. Os branquelos: John Hamonnd, em minha opinião, um dos mais autênticos e talentosos brancos que já ouvi tocar, Alvin Lee, Rory Galleiger, George Thourogood, Jimmy Page e Eric Clapton. O garrafão também era usado pra fazer um som. Sopravam em sua superfície tirando um som semelhante ao de uma tuba, que servia de acompanhamento musical nesses encontros.

O Blues é um dos estilos musicais mais antigos da música americana. Nada igual foi criado ou superado até o momento.

A harmônica de boca, ou a gaita de boca, a famosa vinte vozes, serviu e serve de inspiração até hoje pra quem curte fazer o bom e velho Blues. Esse instrumento de sopro foi inserido no blues a partir de sua semelhança com o som do andar do trem. Uma maneira de reproduzir a melancolia de uma partida da pessoa amada, dentro de um vagão ou até mesmo junto aos animais viajando na clandestinidade.

Temos o piano como grande expoente do Blues. Instrumento que foi mais utilizado e apreciado na fase do blues elétrico de Chicago. Onde negros puderam mostrar seu sofrido talento em casas noturnas, onde brancos freqüentavam, dançavam e começavam a apreciar a música de negros escravos.

Leia a parte [ 3 ]

Visitei o Estúdio CIDADE BAIXA - Entrevista com Leandro Lange


6 de mai. de 2011

A voz no Blues é tão importante quanto sua própria história

Dizem que o Bues não só simplesmente se canta ou toca. É preciso senti-lo. É preciso chegar em casa e não encontrar mais sua esposa. Receber uma ordem de despejo, ser despedido. Dessa melancolia, desse cenário bucólico vem o Blues. Mas nem só de tristeza vive o Blues. Ele trás boas notícias em suas letras também.

E a voz. Ah, sim a voz. A importância da voz no Blues surgiu nos corais da igreja norte-americana. Nos cultos de domingo, as famílias negras se reuniam em torno do altar e cantavam estrofes de fé e sofrimento. Daí surgiu à frase de que Blues não se canta somente com a voz e sim com a alma.

Na voz negra do blues, destaque para Howlin' Wolf (juntamente com Robert Johnson), traduziam a voz do demônio, John Lee Hoocker, Elmore James, Mudy Waters, Ray Charles, Willie Dixon, Etta James, Janis Joplin (das brancas a melhor), Robert Plant e Joe Cocker.